Previsão de crescimento da carteira total de crédito neste ano passou de 13,9%, em setembro, para 14,1% após a eleição.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou, nesta quarta-feira (16), uma pesquisa mostrando que os bancos elevaram suas projeções para a oferta de crédito no país, consolidando a perspectiva de retomada da economia.
Segundo a pesquisa, a previsão de crescimento da carteira total de crédito neste ano passou de 13,9%, em setembro, para 14,1%, após o segundo turno das eleições. É a sétima alta consecutiva, segundo a Febraban.
Esse crescimento representaria cerca de R$ 2 bilhões a mais na oferta de linhas de crédito, considerando a mudança de percepção das instituições nos últimos 45 dias, período entre uma pesquisa e outra.
Embora a consolidação do cenário político tenha colaborado, o otimismo do setor bancário se deve, especialmente, à reedição de programas públicos de crédito, como Pronampe e FGI-Peac, que seguem com procura elevada pelas empresas oferecendo baixo risco para os credores.
Para 2023, as projeções de expansão da carteira total de crédito subiu de 8% para 8,4%, no período considerado. A pesquisa é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a Selic, taxa básica de juros da economia.
"Para este ano, a revisão positiva se deve à melhora das expectativas da atividade econômica", disse o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.No crédito livre, a retomada da economia puxou o consumo, que beneficiou linhas como o cartão de crédito e empréstimo pessoal.
Esse componente encorpou a projeção da carteira de pessoas físicas com recursos livres ficar maior, de 17,2% para 18,2%. Entre pessoas jurídicas, ela ficou estável praticamente (14,3%).
Na percepção dos bancos, no entanto, houve piora nas expectativas de inadimplência nessa carteira. Para este ano, a projeção subiu de 3,9% para 4,3%.
Em 2023, avançou de 4,2% para 4,6%. Atualmente, a inadimplência desta carteira está em 4,0%
Indicadores
Seis entre dez dos bancos entrevistados acreditam que o Copom começará a reduzir a taxa básica de juros a partir do 2º trimestre de 2023 (maio ou junho). Consideram-se cortes consecutivos que, até o final do próximo ano, levariam a Selic para 13,25% ao ano.
Para a maioria das instituições (70%), a economia desacelera nos próximos trimestres. Para 2023, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fica entre 0,5% e 1%. Para 25% dos entrevistados, essa retração será pior, com um crescimento de, no máximo, 0,5%.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve superar o teto da meta, batendo 4,75%, em 2023. Para o câmbio, a expectativa é de que se mantenha entre R$ 5,20 ao longo do primeiro semestre do próximo ano.
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